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Eu li: As pequenas alegrias (Virginie Grimaldi)

  • Writer: Michelle Leonhardt
    Michelle Leonhardt
  • Jun 14, 2024
  • 4 min read

Hoje eu estou aqui para deixar minha opinião sobre uma das minhas últimas leituras. Escolhi esse livro dentre tantos outros que esperam na estante justamente porque eu estava buscando algo mais leve, confortável e bem humorado depois de tudo que foi o mês de maio no RS.


Título: As pequenas alegrias

Autor:  Virginir Grimaldi

Editora: Gutenberg

Ano: 2022 (Brasil)

Páginas:  256

Gênero: Ficção feminina, ficção francesa

Título Original: Et que ne durent que les moments doux

Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐ (5/5)


Sinopse:  Como nasce uma mãe? E o que sobra para ela depois que os filhos saem de casa? A maternidade tem muitas facetas a serem exploradas, aspectos que afloram nossas melhores (e piores) emoções.


Com a proximidade do seu aniversário de 50 anos, Élise precisa aprender a lidar com a solidão. Sua filha mais velha vive em Londres, e o caçula acaba de se mudar para Paris. Como se não bastasse, sua única companhia para enfrentar o ninho vazio é um cachorro desajeitado e um tanto depressivo. Agora, ela deverá encontrar um novo sentido para sua vida e reaprender a não viver em função dos filhos.


Em situação oposta está Lili, que ainda não estava pronta para dar à luz uma menininha. Sua filha chegou antes da hora, trazendo consigo todas as angústias e temores que só uma mãe é capaz de sentir: Ela vai resistir? Como existirei sem minha filha? Ela viverá bem? Algum dia nossas vidas voltarão ao normal? Lili ainda busca entender como um ser tão minúsculo pode ocupar tamanho espaço na vida de alguém.


Duas histórias, duas versões diferentes da maternidade: a mulher que precisa aprender a ser mãe e a mãe que precisa reaprender a ser mulher.


Bom, agora que eu já deixei a ficha técnica do livro aí acima, preciso dizer que essa história não tem nada de leve. Como a própria premissa diz, este é um livro que trata sobre o tema da maternidade. Através da leitura, acompanhamos dois pontos de vista intercalados: o da jovem Lili e o da mais madura Élise.


Lili é uma jovem na casa dos 20-25 anos que descobre que seu bebê nascerá prematuro naquele mesmo dia enquanto esperava apenas ir fazer um exame de gravidez de rotina. Ela, claro, não se sente pronta e passamos a acompanhar tudo que se passa na mente dela, desde a preparação para a chegada da sua bebezinha prematura, até o dia em que ela finalmente pode levar sua bebezinha para casa.


Vamos aprendendo sobre a mudança na vida de Lili, sobre a mudança de sentimentos que ela enfrenta acerca da maternidade, enquanto acompanhamos toda sua rotina no ambiente de uma UTI neonatal, onde se encontra sua filha. Lili precisa lidar com isso ao mesmo tempo em que lida com sua solidão (mesmo em meio a tantas pessoas), com os familiares (as opiniões de seus sogros, a incompreensão de seu marido), com a recuperação de seu corpo, com o afastamento dos até então amigos.


Élise é uma mulher prestes a fazer 50 anos cujos filhos Charline e Thomas já saírem de casa para viver suas vidas. No momento em que a história começa, encontramos Élise passando pelo processo de se separar o seu filho mais novo, que está se mudando para Paris. A sua única companhia agora é o cachorro de seu filho.


Assim, vivenciamos uma mãe que precisa lidar com uma nova vida, onde o papel de mãe já não é um dos que exige mais tempo em sua vida. Ela precisa se encontrar novamente, entender que seus dias já não são mais centrados na vida e nas atividades dos filhos. E, lentamente, acompanhamos ela formando novas amizades e descobrindo novas formas de utilizar seu tempo.


Claro que, como em 99% dos livros que possuem diferentes pontos de vista na narração, os caminhos de Lili e Élise irão se cruzar no decorrer do enredo. Não vou revelar nada sobre como isso acontece ainda pois esse é justamente o ponto alto do livro.



Opinião


Eu amei essa leitura. Claro, eu me identifiquei muito com as duas personagens por uma série de motivos distintos. Assim como Lili, também tive a minha filha em UTI neonatal (não o período longo pelo qual a personagem vive essa realidade, mas por 1/3 dele). Assim como Élise, apesar de não estar na fase de ter o filho saindo de casa, sou mãe de uma quase adolescente e consegui me identificar no sentido de que é uma fase em que começa um certo distanciamento entre pais e filhos.


Acredito que qualquer mãe que lê esse livro irá se identificar com ambas as personagens em um ou mais aspectos. Não é preciso ter tido um filho na UTI para vivenciar vários dos sentimentos de Lili, acredito que a autora colocou ali sentimentos universais que acompanham nascimentos e puerpérios.


A coisa que mais me chamou atenção nessa história foi a forma como ela foi escrita. Temos ponto de vista completamente opostos. Exemplo: enquanto uma percebe o afastamento do círculo social, a outra busca a retomada. Enquanto uma se percebe sozinha mesmo amparada por outras pessoas, a outra se percebe amada e amparada, mesmo se sentindo sozinha.


Quando se chega na parte em que as histórias se cruzam, ahhhhhh! gente, é muito lindo! Não sou de chorar em livros, ou mesmo de manifestar muitas emoções fisicamente enquanto leio, mas esse livro me arrancou muitas lágrimas, me fez sorrir, me fez sentir raiva. Eu realmente me senti muito envolvida na leitura.


A escrita da Virginie ajuda muito. eu já li outro livro dela publicado no Brasil ("Tempo de reacender estrelas") e gosto da forma como ela tem uma leveza para escrever. Ela consegue colocar pitadas de humor estrategicamente bem posicionadas na história para dar leveza a assuntos complexos. A escrita em capítulos curtos e em pontos de vista alternados é um recurso que eu gosto demais.


Uma ressalva: talvez eu não recomendaria essa leitura ao público geral pois o tema é fortemente centrado na maternidade e esse tema não é de fácil identificação geral. Isso porque são exploradas nuances das vivências da maternidade. Não é uma história cheia de plot twists e ação. É uma linda história que reflete a vida real, com seus altos e baixos, com seu curso natural, onde nada parece acontecer ao mesmo tempo em que tudo acontece.


Finalizando


Fiz esse post sem destacar as citações mais interessantes porque achei que as citações merecem um post especial. Farei um post com todas as citações que destaquei, com o objetivo de guardar para mim mesma.


Grande abraço!


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