Série Bullet Journal na prática #2: organizando a mente com o inventário mental.
- Michelle Leonhardt
- Sep 17
- 3 min read
O post de hoje vai trazer um aprofundamento no método Bullet Journal, especificamente focando na organização de tudo que está preso na nossa mente, ou seja, aqueles pensamentos que levamos conosco o tempo todo, mesmo sem nos darmos conta. Abaixo, vou resumir as ideias do autor do método sobre essa fase.
O que é o inventário mental?
Quem já leu o básico de economia sabe que se trata de uma ciência que estuda a organização dos recursos disponíveis e bem estar. Isso, é claro, envolve o estudo de como fazer as melhores escolhas já que os recursos são finitos. E cada escolha feita também é uma renúncia. O inventário mental é o passo que nos ajuda a fazer as nossas escolhas, antes de nos comprometermos com elas.
Como fazer?
A ideia básica aqui é reservar um tempo com um papel, uma caneta e nossos pensamentos. Vamos ao passo a passo:
Pegar uma folha de papel e dividir em três colunas, nomeando as colunas na seguinte ordem: "estou me dedicando no momento", "deveria estar me dedicando", "gostaria de estar me dedicando"
Em forma de lista, anote tudo que está na sua cabeça, todos seus pensamentos. Qualquer coisa.
O autor fala que o ideal seria tirar um tempo focado para fazer isso, ou seja, pensar sobre as coisas, desdobrar as tarefas que exijam maior reflexão.
Quando essa etapa estiver pronta, passa-se ao que chamamos de teste. O teste serve para descobrir quais dos itens que você listou realmente vale a pena dedicar sua energia.
O teste consiste em examinar cada um dos itens listados e se fazer as seguintes perguntas:
Isso tem importância? (para você ou para alguém que ama?)
Isso é vital? (aqui precisa ser bem direto: o que é vital? aluguel, impostos, trabalho, saúde)
Na duvida sobre algum item, pergunte-se: "Se eu não fizer isso, o que aconteceria? Haveria alguma repercussão real?"
Se todas as perguntas acima forem respondidas com "não", então o item pode ser considerado uma mera distração, algo que acrescenta pouco valor na sua vida. Esse item deve ser eliminado.
Esse processo é interessante pois vai eliminar da nossa vida e rotina coisas que não agregam e ajudar a alocar o tempo correto para aquilo que realmente faz a diferença. Não significa que iremos perder horas e atividades de lazer. Por exemplo:
Você pode ter anotado o item: jogar videogame até zerar o jogo X (listado em "gostaria de estar me dedicando no momento"
Perguntas:
Sim, isso tem importância para mim, pois me proporciona um alívio da rotina corrida do dia a dia OU sim, isso me permite passar um tempo com meu filho.
Não é vital
Aqui já temos uma resposta sim. E basta uma para que o item não seja riscado, afinal, por alguma razão é algo importante para você e merece sua energia. O que deve ser lembrado e levado em conta é que a cada escolha você acabará tendo que fazer renúncias, tal qual o princípio que rege a economia.
Se jogar videogame é, de fato, importante, alguma outra coisa perderá seu espaço. O segredo é saber equilibrar o seu tempo e o grau de importância que dá a cada item que sobrar na sua lista, entendeu? Só você tem o poder de decidir o que importa mais ou menos na sua vida e no seu dia a dia. Não somos máquinas, não é necessário que sejamos produtivos 24x7. Tempo de lazer também é importante.
Tenho a impressão de que, quem não utiliza algum método de organização mais estruturado tende a "procrastinar" (seja porque não sabe o que deve ser feito e foge da ideia de lidar com tarefas difíceis ou porque não entende o valor do tempo) ou tende a ser muito workaholic (porque sente que precisa ser produtivo o tempo todo).
E depois?
Após a realização completa do inventário mental, é provável que sobre uma lista com os itens que você:
Precisa fazer
Gostaria de fazer
O próximo passo então seria pegar todos esses itens e organizá-los de forma a fazer com que os objetivos elencados sejam alcançados e as escolhas sobre eles sejam cada vez mais conscientes.
Mas esse segundo passo é assunto para outro post!
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