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Resenha | A menina no escuro (Karen McQuestion)

  • Writer: Michelle Leonhardt
    Michelle Leonhardt
  • Aug 4
  • 5 min read

Olá novamente, tudo bem?


Hoje estou aqui para falar da minha leitura de desencalhe de junho que foi o livro "A menina no escuro" da autora Karen McQuestion. Interessante que, quando saiu esse livro como resultado do sorteio, eu estava prontíssima para ler um thriller daqueles: a capa misteriosa, sinopse com um tom meio sombrio... só que, no fim, fui surpreendida por uma história bem diferente.


O que parecia ser uma história de pura adrenalina acabou se revelando uma mistura de investigação e acolhimento (quase um cozy mystery). Foi um suspense mais leve, com personagens carismáticos. Não era bem o que eu esperava, mas... acho que é isso que deixou a experiência interessante. Vem comigo que eu te explico melhor!



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Título: A menina no escuro

Autor:  Karen McQuestion

Editora: Faro editorial

Ano: 2022

Páginas:  256

Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)



Sinopse:  "Só um eclipse lunar faria Sharon sair para o quintal de sua casa naquela noite fria. A lua estava linda, mas o que realmente chamou sua atenção foi a silhueta de uma garotinha lavando a louça àquela hora na casa da vizinha. Os Flemings não tinham filhos pequenos, mas a pergunta que se fazia era: por que alguém colocaria uma menina fazendo tarefas domésticas quase de madrugada?

Intrigada, Sharon se aproxima para fotografá-la, e acaba presenciando uma cena ainda mais perturbadora. Ela tenta esquecer o que viu, mas sua mente cria várias teorias sobre o que teria acontecido naquela noite.

Em meio a um turbilhão de pensamentos, os dias passam e Sharon recebe em sua casa a visita de uma jovem de um abrigo. Nikita, que cresceu em lares de acolhimento, logo se une às suspeitas de Sharon e juntas decidem investigar.

Então elas descobrem alguns segredos dos Flemings que as colocam numa rota de perigos que não seriam capazes de imaginar."



Como a sinopse já diz, temos aqui uma história que envolve um mistério: uma garotinha é vista pela janela de uma casa em uma situação suspeita. Entretanto, nessa casa, não há e nunca houve menção ou conhecimento da presença de uma criança dessa idade e o casal que mora ali só tem um filho adolescente. O que poderia estar acontecendo?


Sharon, a vizinha que avistou a situação, passa alguns dias inquieta com situação toda, até que recebe em sua casa uma jovem vinda de lares de acolhimento: a jovem Nikita. A chegada dessa jovem é o empurrão necessário para que a investigação sobre o caso tenha início. Juntas, Sharon e Nikita decidem descobrir o que é que está acontecendo naquela casa e com aquela família.


Paralelamente, outra família vive um drama: o casal Wendy e Edwin aguardam notícias de sua filha desaparecida há anos. Claro que as histórias vão se conectar em algum momento, né (como é comum nesse tipo de narrativa - e isso não é um spoiler).


Minhas impressões:


Como eu já mencionei, comecei essa leitura com uma expectativa de um thriller daqueles. eu imaginava altas emoções e super reviravoltas. Até fiz um post intermediário com o andamento da leitura contando como mantinha essa expectativa.


No início o livro entrega justamente os elementos de um suspense clássico: a vizinha observadora, a família super suspeita, uma criança desconhecida em um momento bizarro. Depois, a narrativa vai tomando um rumo mais íntimo, mais centrado nas relações entre os personagens. A gente espera tensão e encontra afeto com uma investigação cheia de humanidade.


E os personagens?


Dificilmente eu comento aqui sobre personagens específicos nas minhas leituras, mas dessa vez vou ter que falar sobre isso.


Temos três núcleos familiares que se conectam nessa história: a família Flemming (casal + filho + criança misteriosa), a vizinha Sharon e sua hóspede Nikita e também o casal Wendy e Edwin (que busca saber de sua filha desaparecida).


Sharon recebe Nikita em sua casa. Eu me apaixonei por ela! Ela é mais velha e um tanto solitária, mas incrivelmente carismática. Acompanhar a aproximação dela com a jovem Nikita, vinda de uma série de lares de acolhimento, é incrível. É uma relação doce, construída aos pouquinhos com muito respeito e espaço. Espaço para cada uma delas ser exatamente quem é, sem forçar a barra. Eu simplesmente amei a ternura com que esse relacionamento se constrói durante a narrativa, principalmente porque Nikita viveu uma experiência prévia de abandono e negligência e, para ela, é difícil confiar nas pessoas.


Aliás, não foi a única relação que me tocou. Jacob, o filho adolescente da família Flemming, também foi um personagem que me tocou muito. A forma como ele se realciona com Mia (a garotinha misteriosa) é linda e muito tocante. é um personagem que passa por uma luta pessoal imensa. A impressão que tive foi que ele se recria a cada dia, justamente para fugir da realidade complicada em que vive.


Por fim, a garotinha misteriosa Mia é um doce de criança. Passei o livro inteiro com vontade de colocá-la em um potinho!


Uma atmosfera mais cozy mystery...


Sim, o livro é um suspense. Ele tem mistério, tem cenas mais tensas, mas tem uma atmosfera bem cozy mystery mesmo. Na verdade, ele tem todos os elementos do gênero: foco na resolução do mistério, sem violência, detetive amador, pequena comunidade, personagens secundários com características marcantes...


É um livro que não abala, ele abraça. Apesar dos temas sensíveis abordados como o abandono, o abuso psicológico e a infância negligenciada, ele também abre espaço para o afeto, cuidado cotidiano e a importância da presença e das relações.


E o mistério?


O mistério vai se desenvolvendo na narrativa de forma leve e linear. Não, apesar da atmosfera leve, ele não é negligenciado. Vamos acompanhando a investigação de Nikita e Sharon e a finalização da trama. Não há grandes reviravoltas, mas a solução do mistério se apresenta aos poucos. Vou confessar que não é nada super bombástico, mas cumpre seu papel depois que você entende que o livro não é o mistério em si.


Vale a pena?


Depende. Apesar de não ser um thriller cheio de "energia", o livro entrega um suspense familiar cheio de sensações e empatia. A autora aborda vários temas fortes com uma dose bem legal de delicadeza e equilíbrio, sem apelar para cenas fortes ou chocantes.


Eu indicaria para quem curte um cozy mystery com uma investigação bem amadora. Muita gente classifica o livro como um drama, mas eu acho que eu não classificaria dessa forma. Não é um livro para quem procura um suspense frenético, cheio de reviravoltas, cheio de tensão.


Detalhes: Não há violência explícita e nem conteúdo adulto na narrativa. Os temas mais fortes são abordados de forma muito sutil.



Até a próxima.

n.36



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