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Resenha | A guerra que salvou a minha vida (Kimberly Brubaker Bradley)

  • Writer: Michelle Leonhardt
    Michelle Leonhardt
  • Sep 13
  • 3 min read

Hoje estou aqui para falar sobre "A guerra que salvou a minha vida" da Kimberly Brubaker Bradley. Esse livro eu ganhei de aniversário uns três anos atrás e finalmente desencalhou da minha estante.


E que bom que isso aconteceu porque foi uma experiência bem legal! Antes de escrever um pouco sobre as minhas impressões, segue a ficha técnica.



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Título: A guerra que salvou a minha vida

Autor:  Kimberly Brubaker Bradley

Editora: Darkside

Ano: 2017

Páginas:  240

Título Original: The war that saved my life

Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐ (5/5)


Sinopse:  Ela teve a chance que Anne Frank não teve. Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando. Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.


Nessa história acompanhamos Ada, uma garotinha de 10 anos que apresenta uma deficiência no seu pé. Ela vive (e sempre viveu) confinada em um apartamento sob vigilância constante (porém negligente) da sua mãe e a companhia de seu irmão menor, Jamie. Quando a oportunidade de ser evacuada surge, por conta da iminente guerra, Ada embarca em uma experiência que vai mudando sua vida.


Vivendo com Susan, no interior, Ada começa a enfrentar alguns desafios, tanto emocionais quanto físicos. Assim, ela começa a construir uma relação com Susan e até consigo mesma, vivendo em uma comunidade nova e aprendendo a aceitar amor. Quando as cidades passam a ser bombardeadas pela guerra, Ada enfrenta um de seus maiores desafios de vida: lealdade ou liberdade?


Impressões...


Preciso começar a falar das minhas impressões dizendo que esse é um daqueles livros escritos para o público infanto juvenil, mas que impacta muito o leitor adulto. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o livro consegue equilibrar o peso do contexto histórico com uma narrativa bem acessível, capaz de dialogar bem com jovens e crianças. Para adolescentes, o livro funciona como uma forma de conhecer o período turbulento da história, por uma perspectiva bem humana. Já para os adultos, o livro funciona como uma metáfora.


Isso porque, apesar de utilizar o pano de fundo da guerra, o livro foca na batalha interna de Ada enquanto protagonista. Ada é uma criança que luta contra estigmas, contra a dor de não se sentir amada e contra a obrigação de acreditar que deve lealdade a uma mãe que representa sofrimento. A autora nos mostra a batalha interna de Ada através de uma metáfora poderosa de guerra.


A jornada de Ada é bem dolorosa de acomanhar, mas também muito recompensadora. Ela passa muito tempo acreditando que o jeito da mãe é um jeito de amá-la e protegê-la (porque, afinal, mães amam seus filhos). Mesmo sofrendo uma série de abusos físicos e emocionais, Ada sente que deve lealdade a ela. Essa pequena camada da personagem já é um motivo e tanto para indicar a leitura do livro.


A questão da culpabilização infantil me pegou de cheio. Acredito que a mente infantil simplesmente não consegue aceitar a ideia de uma familia que não a ame. Assim, para viver uma realidade como essa, as crianças criam uma lógica muito distorcida: elas começam a pensar que não são boas o bastante e por isso o amor não é demonstrado. Então elas se esforçam para merecer demonstrações de amor, mesmo suportando humilhações e abusos.


Porém, apesar de toda a dor que atravessa a trajetória de Ada, o livro todo mantém presente a esperança. Cada vez que Ada consegue dar um passo ou experimenta algo novo, o leitor consegue sentir a força da superação.


Em resumo: esse livro é lindo, forte e muito gostoso de ler. Fala de uma guerra silenciosa, uma batalha que acontece dentro da mente, mas que deixa marcas devastadoras, assim como qualquer conflito externo.


Agora me conta: você conhece outras histórias que mostram o reflexo de como o tratamento de uma criança pode moldar a maneira como ela se percebe no mundo?


Até a próxima.

n. 39


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