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O silĂȘncio da casa fria | Resenha

  • Writer: Michelle Leonhardt
    Michelle Leonhardt
  • Jun 30, 2023
  • 4 min read

Oi povo, tudo bem?


Mais uma resenha, dessa vez de um livro com uma pegada gĂłtica que eu ganhei no Ășltimo aniversĂĄrio e que eu estava curiosĂ­ssima para ler.


TĂ­tulo: O silĂȘncio da casa fria

Autor: Laura Purcell

Editora: Darkside

Ano: 2020 (Brasil) - 2017 (Original)

PĂĄginas: 288

GĂȘnero: ficção Inglesa, ficção gĂłtica, ficção paranormal

TĂ­tulo Original: The Silent Companions

Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse: Quando Elsie perdeu o marido, algumas semanas apĂłs o casamento, achou que tinha sofrido o suficiente para uma vida inteira. Praticamente sozinha em uma mansĂŁo isolada, ela nĂŁo imaginava que passaria a lidar com estranhos acontecimentos nos cĂŽmodos de uma casa fria e silenciosa. O medo irracional que surge entre as densas neblinas e os costumes peculiares a levam a questionar a sua prĂłpria sanidade.


A histĂłria começa uma paciente, a Sra. Bainbridge, em um hospital. Nesse local ela Ă© atendida por um mĂ©dico que tenta fazĂȘ-la se lembrar de um acidente acontecido recentemente, onde ela Ă© suspeita de assassinato. Logo de inĂ­cio, o leitor fica sabendo que as memĂłrias da Sra. Bainbridge nĂŁo estĂŁo tĂŁo confusas como o mĂ©dico pensa, mas tambĂ©m nĂŁo estĂŁo absurdamente claras. Sem muitas alternativas, ela decide compartilhar com o mĂ©dico a verdade sobre os acontecimentos do passado.


A partir desse ponto, o leitor Ă© apresentado a duas linhas temporais distintas. A primeira, em 1865/1866, contando a histĂłria de Elsie Bainbridge, jovem recĂ©m casada e tambĂ©m recĂ©m viĂșva que estĂĄ de mudança para uma velha casa (chamada de "a Ponte") herdada da famĂ­lia de seu ex-marido, Rupert. Junto com ela segue a prima de Rupert, chamada Sarah, que havia sido acolhida pelo primo em vida e agora vivendo sob responsabilidade de Elsie.


Elsie nĂŁo Ă© de famĂ­lia tĂŁo nobre quanto Rupert. Antes do casamento, compartilhava com o irmĂŁo Jolyon a administração de uma fĂĄbrica de fĂłsforos, apĂłs a morte dos pais. Agora, viĂșva e grĂĄvida, o seu irmĂŁo acha melhor que ela vĂĄ viver na casa de campo do ex marido, junto de Sarah.


A casa, apesar de grande e imponente, nĂŁo estĂĄ muito conservada e tem um aspecto bastante sombrio e abandonado. No povoado onde se localiza, ninguĂ©m se atreve a entrar nela ou prestar serviços aos patrĂ”es, apenas poucos criados contratados de povoados mais distantes. Elsie nĂŁo entende o motivo disso tudo mas ali começa a sua vida de viĂșva, esperando o nascimento de seu bebĂȘ e com planos de arrumar a casa para tornĂĄ-la menos sombria.


"O SalĂŁo Principal estava escuro e frio. A lareira, embora acesa, pouco adiantava. Nenhuma luz se refletia nas espadas cerimoniais ou na armadura; eram de um cinza opaco, cor de estanho. O ar entrou silvando pela porta aberta." (pg. 152)

Só que coisas estranhas começam a acontecer: primeiro alguns barulhos na madrugada e uma porta que não abre. Até que um dia, ao investigar alguns barulhos, Elsie encontra essa mesma porta aberta. Lå dentro, ela e Sarah se deparam com um diårio escrito por Anne Bainbridge, além de estranhos painéis de madeira antigos pintados como se fossem pessoas reais.


"Aquela coisa. Ela mexeu os olhos, olhou direto pra mim." (pg. 110)

É aĂ­ que o leitor Ă© apresentado a uma outra linha temporal, onde, em 1635, a famĂ­lia habitante da casa (os antepassados dos Bainbridge, entre eles, Anne) estĂĄ para receber a visita do rei e da corte, buscando crescer e obter destaque na sociedade. Assim, vĂŁo se conhecendo os segredos e dilemas dessa geração da famĂ­lia e o motivo pelo qual a população local nĂŁo gosta da Ponte. Esses segredos vĂŁo sendo revelados por Sarah, que lĂȘ um diĂĄrio deixado por Anne.


Bom, mais do que isso eu nĂŁo vou contar para nĂŁo dar spoilers por aqui.


OpiniĂŁo


Eu gostei bastante dessa leitura e percebi que gosto de histórias com essa pegada gótica vitoriana. Me senti como se eu estivesse naquela casa também.


O livro claramente foi escrito para manter essa ambientação gĂłtica, essa aura de mistĂ©rio, de sobrenatural, para gerar algum medo no leitor. Isso fica claro atĂ© em algumas passagens do texto. É interessante observar o contraponto da protagonista Elsie, que, no inĂ­cio, se mantĂ©m bastante pĂ© no chĂŁo em vĂĄrios momentos da histĂłria, descartando quaisquer acontecimentos sugestivos, que nĂŁo pudessem ser esclarecidos racionalmente.


"NĂŁo se pode explicar o medo; sĂł se pode senti-lo, rugindo em meio ao silĂȘncio atĂ© congelar seu coração." (pg. 153)

Apesar da escrita e da constante insinuação do paranormal, eu não cheguei a sentir medo nenhum. Não que não existam passagens mais assustadoras, mas eu jå comecei o livro bem preparada para o tipo de enredo que estava por vir. Eu senti mesmo foi muita curiosidade, elaborei minhas teorias do que estava acontecendo baseado no que eu ia absorvendo da história e descobrindo entre as linhas temporais.


A história se desenvolve bem lentamente no início, os acontecimentos na primeira parte do livro são narrados de forma bem lenta, com descriçÔes bem marcadas e riqueza de detalhes. Isso não me desanimou de jeito nenhum, mas pode se tornar cansativo para quem curte histórias com mais fluidez e ação. Particularmente eu acho muito interessante esse tipo de narrativa lenta quando se trata de uma história com ambientação mais gótica.


As personagens são bem construídas, são super enigmåticas. Sabe aquela coisa de não saber se as narradoras são confiåveis? Temos muito disso aqui. é muito fåcil duvidar de Sarah, ou de Elsie, até mesmo de Jolyon e dos empregados da casa.


E o final? O que estava, afinal, acontecendo ali naquela casa? Então... eu acertei apenas um detalhe do final. Só que o final também me frustrou um pouco porque deixou algumas coisas em aberto. Não o final em si, mas alguns detalhes que vão rolando na história e a gente acaba sem entender porque essas coisas aconteceram.


Apesar disso, jå estou bem empolgada para ler outros livros com essa ambientação.



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