The teacher (Freida McFadden)
- Michelle Leonhardt
- Jun 21, 2024
- 6 min read
Updated: Mar 24
Aparecendo aqui para dar minha opinião sobre minha mais recente leitura, que foi o livro "The teacher" da Freida McFadden. Já adianto que não foi um dos meus preferidos, mas vamos lá...

Título: The teacher (ainda não publicado no BR)
Autor: Freida McFadden
Editora: Poisoned Pen
Ano: 2024 (USA)
Páginas: 394
Gênero: Thriller
Título Original: The teacher
Minha avaliação: ⭐⭐⭐ (3/5)
Sinopse: Lesson 1: trust no one
Eve has a good life. She gets up each day, gets a kiss from her husband Nate, and heads off to teach math at the local high school. All is as it should be. Except...
Last year, Caseham High was rocked by a scandal involving a student-teacher affair, with one student, Addie, at its center. But Eve knows there is far more to these ugly rumors than meets the eye.
Addie can't be trusted. She lies. She hurts people. She destroys lives. At least, that's what everyone says.
But nobody knows the real Addie. Nobody knows the secrets that could destroy her. And Addie will do anything to keep it quiet.
From the New York Times bestselling author Freida McFadden comes a story of twisting secrets and long-awaited revenge.
No início da leitura acompanhamos uma cena de assassinato. Aparentemente duas pessoas estão em um local abandonado cavando uma cova para enterrar um corpo. Uma delas pretende abandonar a outra no campo e fugir, para que somente uma dessas duas pessoas leve a culpa de um assassinato cometido. Não sabemos quem são essas pessoas, nem quem seria o assassino, nem de quem seria o corpo. Não sabemos nada.
A partir daí ocorre um retrocesso temporal de três meses e passamos a acompanhar a história segundo dois pontos de vista distintos. Primeiro temos o ponto de vista de Addie, uma aluna de 16 anos do ensino médio que é excluída pelos colegas de escola. Ela nunca foi uma aluna muito popular pois os colegas conheciam seu o pai alcoolatra de quem ela tinha imensa vergonha e por isso não levava amigos para casa. Exceto pelo seu único amigo Hudson, que também sofria rejeição por ser filho do faxineiro da escola.
Também temos o ponto de vista de Eve que é atualmente professora de matemática nessa mesma escola onde Addie estuda. Eve é uma mulher de 30 anos e é casada com Nate, outro professor na mesma escola, só que de inglês. Nate tem 38 anos e o casal não tem filhos.
Addie passa seus dias na escola tentando ser o mais invisível possível já que é considerada uma aluna problemática. No ano anterior, ela acabou no meio de uma confusão pois todos acreditam que ela e o antigo professor de matemática se envolveram romanticamente. Ela nega e diz que nunca aconteceu mas nunca conseguiu provar que nada havia acontecido. Por causa desses rumores, o antigo professor acabou demitido e o seu melhor amigo Hudson se afastou dela e passou a andar com uma garota muito popular chamada Kenzie. Ou seja, acompanhamos os pensamentos de uma Addie que é muito solitária, não tem amigos e ainda sofre as consequências dos últimos acontecimentos que abalaram sua reputação. Ela luta com sua dificuldade em matemática e adora poesia.
Já Eve sofre de baixa autoestima. Seu marido é conhecido como o professor bonitão da escola e é adorado por todos os alunos enquanto ela é considerada braba e durona. Além disso, ela se encontra questionando seu casamento pois nota o marido mais interessado em poesia e, em consequência de tudo isso, desenvolveu uma compulsão por comprar e colecionar sapatos caríssimos, além de ter se tornado amante do vendedor de uma loja de sapatos.
Eve e Nate agora são professores de Addie. Addie é bastante hostilizada e humilhada por Kenzie. Percebendo que Addie gosta de poesia e vendo como ela é humilhada e sem amigos no ambiente escolar, Nate se compadece da situação e resolve convidá-la para fazer parte do clube de poesia da escola. Eve, por outro lado, acha que Addie é problema e alerta Nate para que tenha cuidado com ela, mas ele insiste que a menina não tem culpa, já que não existem provas reais do envolvimento dela e do antigo professor.
Por conta disso, Nate passa a ser a única pessoa trata Addie bem. Addie, claro, sentindo-se amparada, se apaixona pelo professor e ele também acaba por se envolver com ela. A partir desse ponto é que as coisas começam a ficar tensas pois no resto do enredo nós leitores vamos acompanhando o desenrolar do relacionamento proibido de Addie e Nate e como essa relação respinga em todos os personagens, culminando no assassinato apresentado no início do livro.
PS - Depois desse ponto, obviamente, acontecem muitas coisas. Mas não posso escrever aqui para não liberar spoilers.
Opinião
Freida McFadden é uma autora que está na moda aqui no Brasil, após a recente publicação da série "A empregada" no Brasil, cujo primeiro livro veio para cá em 2023. A panfletagem dos livros dela foi (e continua sendo) gigante e rapidamente ela virou aquela-autora-que-você-precisa-conhecer. Eu li o primeiro livro dessa série em português e achei bom, apesar de nada fora do comum. Só que eu achei esse primeiro livro dela da série da empregada muito similar a outro livro que eu já tinha lido e fiquei com a pulga atrás da orelha pela autora não ter criado um final original para a história, que tinha muito potencial.

Como muita gente seguiu lendo a série, eu fiquei pensando que eu poderia tentar ler outra obra dela para tirar a prova se ela realmente seria a rainha doa maravilhosos plot twists. Esse ano viajei para o exterior e acabei escolhendo esse livro dela em uma livraria de aeroporto para trazer e ler. Queria algo dela recente e que ainda não tivesse sido publicado no Brasil. E sim, eu criei muitas expectativas pois, por aqui, o nome dela ainda tá bem em alta.
Eu escolhi o livro somente pela data de publicação e pela capa, não sabia nada dele antes e não li a premissa/sinopse. Comecei a ler no escuro mesmo. E eu comecei gostando muito já que a fórmula é aquela bem clichê, mas interessante: um assassinato aconteceu, ninguém sabe quem morreu, quem matou e como. Todos os personagens podem ser assassinos e todos podem igualmente ser a vítima, cabe ao leitor ir juntando as pistas. Eu, particularmente, gosto muito dessa fórmula bem clichê.
Tudo estava indo muito bem até um pouco mais da metade da história, eu estava querendo descobrir quem matou, quem morreu, criando todas as teorias e procurando pistas, apesar de um pouco desconfortável com essa coisaa toda de relacionamento entre um adulto e uma adolescente. Tá, mas até aí eu podia dar uma licença poética pois esse é um ponto importante na história, estava na premissa e eu que escolhi ler porque não sabia nada sobre o livro.
Mas aí veio o porém....
Não cheguei a procurar se o livro foi escrito direcionado a um público mais jovem adulto (que parece ter sido). Se foi eu até posso entender o motivo da minha frustração. Antes de dizer o que achei do final, adianto que é um livro que me lembrou muito o seriado "Pretty Little Liars".
Tudo ia bem até que foi se aproximando do final (o livro é dividido em 3 partes e até o final da segunda eu tava até bem animada). Quando chegou a terceira parte o meu nível de animação foi caindo. Sabe aquele filme de terror adolescente em que o assassino leva mil facadas, se esvai em sangue, quebra a perna e alguns minutos depois já está correndo atrás dos mocinhos apenas mancando de leve? Se você imaginou a cena, te digo que o livro faz algo meio que nessa linha. Algo que sai daquilo que é humanamente aceitável de acontecer. Ok, ok... eu sei que não é vida real, que é ficção, que é uma escolha criativa....
Minha frustração veio muito forte no epílogo pois considerei que a revelação que é feita nele não faz sentido considerando tudo que a autora tinha apresentado até ali. Não deixou de ser uma revelação bombástica, mas a autora simplesmente não jogou nenhuma pista desse "detalhe" em momento nenhum no decorrer do enredo (pelo contrário) e depois esfregou na cara do leitor uma coisa que simplesmente não liga os pontos da forma como ela pensou que ligaria, acredito. Não que não tenha sido uma ideia interessante, mas idéias bombásticas não sustentam livros. Execução é importante para dar a cartada final, na minha opinião.
Pra tentar me fazer entender sem entregar spoiler: durante toda a construção do enredo você percebe que a autora te guia para você ver cada personagem com uma faceta psicológica específica - e ela faz isso através dos pensamentos desses personagens. Também te leva a achar que alguém tem alguma noção da vida. Depois, em três páginas finais, ela desconstrói todas essas facetas psicológicas jogando uma revelação e simplesmente sai correndo. Não foi necessariamente o que o epílogo revelou que me frustrou, mas a forma como isso foi feito, pois o epílogo apresenta uma situação deveria interferir nos pensamentos dos personagens até aquele ponto - coisa que não aconteceu. E eu achei que o epílogo passa pano para um assunto bem sério.
Enfim... não me arrependi da leitura, deu gostinho de querer saber o final sim, mas minha conclusão é que não vale a panfletagem toda. Mas quem sou eu na fila do pão, né?
---
E você, já leu algo da Freida? Ficou curioso com esse livro? Me conta aí nos comentários.