Cadê você Bernadette? (Maria Semple)
- Michelle Leonhardt
- Mar 29
- 4 min read

Título: Cadê você Bernardette?
Autor: Maria Semple
Editora: Cia das Letras
Ano: 2013
Páginas: 376
Gênero: Ficção feminina
Título Original: Where'd You Go, Bernadette
Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)
Sinopse: Bee concluiu seus estudos na Galer Street, uma escola liberal de Seattle, com as melhores notas, e tudo que ela quer como presente de formatura é uma viagem à Antártida na companhia dos pais. Elgin é um pai ausente, mas genial: programador da Microsoft, tornou-se um rock star no mundo nerd por ter dado a quarta palestra mais vista no TED, e está prestes a lançar o Samantha 2, o projeto de sua vida. O momento não poderia ser pior para se isolar no extremo sul do planeta.
A mãe, Bernardette, já não aguenta a vida em Seattle e está a beira de um ataque de nervos. Poucos dias antes da vigem, ela desaparece, com medo do convívio social e de sentir enjoo durante a travessia da passagem de Drake. Agora Bee fará tudo para encontrar a mãe. Mas antes ela terá de descobrir quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem.
Esse livro me atraiu mesmo pela capa. Achei a capa bonita e eu não resisti. Dei uma olhada na sinopse e fiquei atraída por alguns pequenos detalhes:
- Adoro livros que falam sobre lugares inusitados. Aqui uma família está prestes a ir para Antártida. Já me lembrei na hora do livro "Incrível viagem de Shackleton" que eu li faz algum tempo e amei.
- Além disso, apesar de parecer um chick lit, a contra capa mostra um texto de um desaparecimento, ou seja, temos um mistério por aí...
Aí eu imediatamente procurei algumas informações adicionais e vi que é um livro que ganhou alguns prêmios:
- Ficou um ano entre a lista dos mais vendidos no "New York Times Bestseller List";
- Foi finalista no ano de 2013 do prêmio "Women's Prize for Fiction";
- Ganhou um Alex Award (prêmio anualmente dado para livros escritos para público adulto mas que agrada o público entre 12-18 anos) em 2013.
Além disso, o livro foi adaptado para TV/Cinema.
O livro conta a história de uma família que vive em Seattle. Temos aqui Bernardette (a mãe), Elgin (o pai) e Bee (uma adolescente 15 anos). Só que essa história contada através de cartas, e-mails e documentos trocados entre os diversos personagens durante os acontecimentos que culminam com o desaparecimento de Bernardette (ou seja, epistolar). Posso dizer aqui que essa forma de se contar a história foi um diferencial bem interessante. Sei que muita gente não gosta mas acho que deu ao livro um ar diferente, dando uma certa curiosidade em ligar algumas peças entre os documentos apresentados.
Bee (na verdade o seu nome é Balakrishna) é aquela jovem que dedicou a vida toda aos estudos e agora, como "recompensa", deseja ir com sua família à Antártida. Bernardette, por sua vez, é uma mãe zelosa, mas que não consegue interagir com o mundo que a rodeia de uma forma tranquila. Ela sofre de agorafobia e é tida como "estranha" e "diferentona" por aqueles com quem ela convive. Elgin, o pai, é aquele workaholic típico que se afunda na carreira para fugir do mundo que o cerca. Sendo assim, ele é quase um ídolo em Seattle, um gênio.
Ao apresentar brevemente as personagens, já possível notar que há uma complexidade nessa relação familiar que torna tudo mais interessante. Antes deles o livro, algumas resenhas mostravam Bernardette como chata e isso é até um pouco compreensível. Não é todo leitor que poderá se identificar com as experiências vividas pela personagem (isso é um fato) e assim não conseguirá entender algumas de suas atitudes durante o desenrolar da história. Bernardette sofre de agorafobia e transfere suas responsabilidades para uma assistente pessoal alocada na India.
Tudo vai correndo com o planejamento da grande viagem, até que... Bernardette some. Bee então se foca em buscar pela sua mãe desaparecida. E aí vemos a jornada de uma jovem em busca daquilo que ela vê de melhor em sua mãe, da busca por entender um pouco melhor o mundo da própria mãe. Esse desaparecimento é um mistério que corre quase até o final do livro e é interessante a forma como se apresenta.
Não vou dar spoilers mas o livro aborda diversos assuntos importantes e que as vezes são ainda encarados como tabu na sociedade: depressão, relações familiares, amor incondicional entre mãe e filhos, preconceito, doenças psicológicas...
Opinião:
Gostei da leitura. Como eu gosto um pouco desse gênero eu normalmente já sei um pouco o que esperar e acho as histórias de leitura fácil e divertida. Achei que a história se desenvolveu de forma interessante e que o enredo não se baseou no clichê amoroso (eu confesso que quando o plot foca quase que exclusivamente em um relacionamento amoroso eu largo o livro sem dó).
Sendo assim, esse livro surpreendeu pela diferenciação do enredo abordando questões um tanto profundas com leveza e fluidez de um chick-lit. O único ponto negativo, para mim, foi que o desaparecimento de Bernardette demorou muito a acontecer e a solução do mistério foi um pouco rápida.
Pra quem eu recomendo o livro? Para quem curte um chick-lit com um pequeno toque de mistério. É uma leitura daquelas de ler na beira da piscina, na praia... (mesmo com um enredo focado na Antártida). Não espere uma leitura muito profunda, mas certamente diferente.
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