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O trem dos órfãos (Christina Baker Kline)

  • Writer: Michelle Leonhardt
    Michelle Leonhardt
  • Feb 28
  • 4 min read

Mais uma leitura antiga por aqui. Dessa vez venho falar de "O trem dos órfãos", publicado no Brasil em 2014 pela editora Planeta. Sim, eu sei, é mais um romance de ficção histórica... (não me julguem, tá?)


Nessa história Molly Ayer é uma menina órfã de 17 anos que passa de lar em lar adotivo e que acaba indo viver junto com seus pais adotivos Dina e Ralph. Por conta de sua condição de órfã ela cria uma aparência gótica para se proteger de todos os outros.


"Era verdade que Molly não facilitava as coisas; sabia, por experiência própria, que era melhor ser estranha e durona do que patética e vulnerável, e usava essa persona gótica como se fosse uma armadura."


Embora vivendo com uma família adotiva, Molly se sente muito solitária. Eis que em um dia qualquer ela rouba um exemplar de um livro da biblioteca e é pega. Dois caminhos são apresentados a ela: reformatório ou 50 horas de trabalho comunitário. Molly decide realizar o trabalho comunitário e acaba aceitando ajudar a Sra. Vivian Daly, de 91 anos, a limpar o sótão de sua casa.


Vivian e Molly então acabam por se conhecer durante a tarefa e Vivian acaba contando sua história de vida ao longo de 14 anos (1929 - 1943): uma menina que viaja com seus pais da Irlanda em busca de uma vida melhor e acaba ficando órfã. Levada ao chamado "Trem dos Órfãos" pela Sociedade de Auxílio ás Crianças ela passa por diferentes lares adotivos até que se estabiliza levando ao destino que tem hoje.


Esse tempo em conjunto modifica tanto a vida de Molly quanto a de Vivian de uma forma incrível. As duas acabam passando por uma jornada de auto conhecimento e exploram pontos difíceis de suas próprias vidas aprendendo e apoiando uma à outra acima de tudo.


Opinião:


A história que Vivian relata se passa em grande parte no período da Grande Depressão e somos capazes de entender, pelo contexto histórico, as situações pelas quais ela passa. Um ponto bem legal do livro é o fato de aprendermos muito sobre o Trem dos Órfãos. Apesar de adorar livros que possuem como pano de fundo um ponto marcante da história, li poucos a respeito do período da Grande Depressão e desconhecia muita da pesquisa que a autora realizou sobre as condições de vida naquela época.


Aliás, esse é um ponto bastante interessante: a autora realizou extensa pesquisa e criou uma realidade tão atrativa (apesar do drama) que é difícil não se encantar (ou solidarizar) com a jornada de Vivian durante o período. Ela levantou, por exemplo, o fato de que a cada 25 americanos, um é descendente do Trem dos Órfãos que existiu entre 1854 e 1929. Inclusive, os passageiros dos trens buscaram se reencontrar e criaram redes na internet para que pudessem compartilhar suas histórias e trajetórias de vida. Adorei!


Pra quem eu recomendo o livro? Quem gosta de uma história com um pano de fundo real e que se emociona com relatos de vida cheios de emoção. Pra quem deseja aprender um pouco sobre um fato marcante da história pois a riqueza de detalhes faz o livro ser incrível para se entender um pouco do que foi esse momento e o impacto na vida das pessoas. Saliento: a pesquisa da autora foi muito bem feita e a história de Vivian muito fiel ao que retratam os descendentes do trem.


Pra quem eu não recomendo? Difícil. Apesar de eu ter avaliando em apenas 3 de 5 pontos eu diria que recomendo a todos para aprender sobre o tema da Depressão e para ler uma história cativante de verdade. O livro tem algumas falhas sim mas no fundo quase todo mundo ficará curioso sobre qual o destino tinham as crianças que eram levadas ao trem. A menos que você deteste demais histórias dramáticas eu o recomendaria. E sim, eu sei que existem críticas extremamente negativas ao livro nas redes sociais de leitura. Todavia, colocando na balança, por ser fácil e leve a leitura, eu recomendo.


Avaliação final: 3/5



Observações:


- O livro intercala entre o momento vivido por Molly (uma adolescente atual) e a história de vida de Vivian. A parte da vida de Molly é situada no mundo da internet e das redes sociais. Ao mesmo tempo em que a autora acertou ao fazer uma extensa e detalhada pesquisa para criar o enredo de Vivian, foi muito sucinta e até falhou, na minha opinião, em situar Molly e justificar suas decisões, medos e sentimentos. Além disso, se as crianças do trem dos órfãos passavam por situações difíceis dado o período da Grande Depressão e isso se faz perfeitamente compreensível pela riqueza de detalhes apresentada, o mesmo não se pode dizer da vida de Molly. Suas justificativas são fracas, suas ações não são trabalhadas em nenhuma profundidade e ela se torna uma personagem secundária, daquele tipo em que pensamos em fazer uma leitura diagonal pra chegar logo ao capítulo em que Vivian novamente entra em ação.



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