O último jantar | Resenha

Oi gente, tudo bem?

Hoje eu trago a resenha de um lançamento bem recente da autora Shari LaPena. Esse livro foi publicado aqui no Brasil pela editora Record em abril de 2024, embora já tenha sido originalmente publicado em 2021 lá na gringa.

Título: O último jantar

Autor:  Shari LaPena

Editora: Record

Ano: 2024 (Brasil) - 2021 (Original)

Páginas: 363

Gênero: Thriller. Mistério. Suspense

Título Original: Not a Happy Family

Minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐  (5/5)

Sinopse: É preciso ser rico para morar em Brecken Hill, um bairro de luxo ao norte de Nova York. E poucas pessoas são mais ricas que Fred e Sheila Merton. A fortuna deles, porém, não é suficiente para protegê-los quando a morte bate à porta. No domingo de Páscoa, após um jantar desastroso com os três filhos e a ex-babá da família, os Merton são brutalmente assassinados. Sheila é enforcada e Fred, esfaqueado diversas vezes, além de ter a garganta cortada. Dan, Catherine e Jenna Merton ficam arrasados com o crime.

Ou ao menos era o que se esperava deles.

Mas agora cada um herdará milhões de dólares. E o que poucos sabem é que os Merton nunca foram uma família feliz. Os filhos tinham de suportar os mandos e desmandos de um patriarca vingativo e cheio de caprichos sem nenhum apoio da mãe, totalmente negligente. O que leva a uma pergunta crucial: será que um deles seria capaz de cometer tal crime? Porque, ainda que objetos de valor tenham desaparecido da casa, a violência do assassinato sugere algo mais passional, mais pessoal... Então não demora para os herdeiros entrarem na mira da polícia.

Conforme a investigação avança e mentiras são reveladas, Dan, Catherine e Jenna começam a suspeitar uns dos outros. Será que um dos três chegou ao limite depois daquele jantar? E eles serão capazes de manter alguma lealdade quando há milhões de dólares em jogo?

Aqui temos a história do casal Fred e Sheila Merton que são assassinados logo após um jantar familiar de Páscoa em que estavam presentes a ex babá e também seus 3 filhos: a médica bem sucedida Catherine, o empresário desacreditado Dan e a rebelde artista Jenna. O crime é brutal e com requintes de crueldade. E há mais uma questão sobre o casal: Fred e Sheila são podres de ricos. Donos de um patrimônio estimado em mais de 30 milhões.

Logo a polícia começa a investigar o caso e as suspeitas começam a cair sobre os filhos. Algum deles teria matado os pais? Todos teriam motivos pessoais e todos eles se beneficiariam com a herança.

À medida que a investigação acontece, vamos descobrindo detalhes de cada pessoa dentro dessa bizarra família. Fred, por exemplo, não era flor que se cheire... ele tinha alguns esqueletos no armário e não era um bom pai.

"Fred só queria saber de si próprio - as outras pessoas eram apenas um meio para alcançar seu fim. Era charmoso e carismático, mas ela sabia bem o que era aquele carisma, algo que ele usava para conseguir o que queria" (pg. 225)

No meio disso tudo temos a personagem Audrey, irmã de Fred, que inferniza a vida de todo mundo. Ela iria receber uma parte grande da herança, não fosse o assassinato. A interferência dela na investigação deixa todo mundo maluco, fazendo com que todo o cenário seja mais estranho.

"Ela encara cada um deles e diz, em tom de ameaça: - Eu sei que foi um de vocês. E sei dos seus segredos." (pg.188)

Assim, os filhos acabam por se voltar uns contra os outros, fazendo com que a caminhada rumo ao desfecho seja cheia eletrizante e cheia de tensão.

"Eles vão se voltar uns contra os outros. É isso que elas fazem, essas crianças. É o que sempre fizeram." (pg. 211)

Opinião

Vamos lá... é o segundo livro que eu leio de Shari LaPena e não me decepcionou. Essa autora conseguiu me pegar de jeito pois ela escreve de um jeito que a leitura é muito rápida e fluída. Os capítulos curtos, as reviravoltas ao fim dos capítulos, os diferentes pontos de vista e diálogos internos de personagens, tudo prendendo a atenção.

Eu, particularmente, gosto bastante desses recursos em histórias de suspense. Assim como na outra leitura, o início já joga um monte de informação pra deixar a gente curioso e só depois regride o tempo para ir montando e esmiuçando todo o cenário da narrativa.

Ela tem uma facilidade em fazer parecer com que todos sejam suspeitos que eu adoro. Fiz essa leitura anotando tudo com mais detalhes, focada em descobrir quem seria o assassino. Achei que eu ia conseguir por ter lido outro livro dela recentemente e conhecer um pouco do estilo de escrita. E eu errei feio! Fui feita de palhaça.

Um ponto muito positivo do livro é que se trata de um mistério onde o alcance é bem restrito, eu diria que se aproxima muito de um locked-room mystery. E isso deixou a história mais atrativa.

Também tem o fato de que toda e qualquer família tem seu lado disfuncional na vida real. Se pararmos para pensar nisso, o crime e toda a situação é bem plausível (inclusive o histórico brasileiro mostra que sim, isso acontece). Diferente do livro anterior que eu li da mesma autora, neste aqui não há cenas tão violentas, o foco de todo enredo fica mesmo na investigação e na exploração do lado psicológico das personagens.

Do meu ponto de vista não há muitos pontos negativos nessa história. Foi uma leitura 5 estrelas!

Se você já leu esse livro, me conta aí nos comentários: de quem você suspeitou? Gostou do desfecho?